Havia mais pessoas ali do que estava acostumado, pedi meus
espetinhos e sentei em um dos bancos enquanto aguardava serem assados. Me
surpreendi quando um homem sentou na mesma mesa que eu estava, sem ao menos
olhar para mim, pedir licença ou perguntar se aquele lugar estava ocupado.
Simplesmente chegou e sentou, como se não houvesse alguém naquele lugar,
ocupando-o. Olhei para ele por um tempo, e relembrei a minha infância quando
minha mãe sempre me pedia para, quando fosse sentar ou pegar uma cadeira de
algum lugar, perguntar para as pessoas que lá estão se aquele assento estava
ocupado, e pedir permissão para tirá-lo. Um gesto simples, cortês, educado, uma
atitude básica para um bom convívio social. Ao redor os grupos de conversa,
jogando o papo fora sobre acontecimentos do passado que em nada mudarão o
futuro dos ouvintes. A moça chegou com minha sacola com os espetinhos, peguei e
me levantei. Nem tive tempo de virar as costas, e o sujeito que me fazia
“companhia” se levantou e sentou no lugar que, microssegundos antes, estava
sendo ocupado por mim. “Se eu não tivesse saído dali logo...” pensei. Sentei na
minha moto, a liguei, e dei uma ultima olhada para todos aqueles seres humanos
que estavam naquele local, principalmente para o indigente que se sentou comigo
e, com aquela cena, tive a reafirmação de algo que há anos venho acreditando:
com o que temos, não vamos muito longe.
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