quarta-feira, 27 de maio de 2015

Crónicas do Renan - Diz que é professora, mas...

Os becos obscuros da madrugada e a névoa da inquietação juvenil nos presentearam com o surgimento de uma mente que tem tudo para ser mais um nome de peso na literatura paraense.

Vitor Gama é o nome do sujeito. Com uma literatura obscura e complexa, faz com que seus leitores tenham que navegar em águas negras, sentido de perto sentimentos que muitos negam sentir. Desnuda temas que arrepiam a nós, mortais, como a solidão e a morte.

Em um de suas últimas obras, um desavisado poderia falar que ele fala sobre a solidão. Mas sua obra se metamorfoseia de acordo com o leitor. Solidão, perdas, envelhecimento, e vários outros temas podem ser abordados. Eis seu texto na íntegra:

"Em um lugar distante, uma ilha talvez, havia uma casa de madeira velha, com cheiro de carvalho e amor. Havia uma sala de convivência, onde um vitral de borboletas, por onde passava a luz do luar; também uma cadeira de balanço, uma lareira e uma escada no canto direito da sala, local em que se encontrava um cuco parado, marcando 15:45. A cadeira era de mogno envelhecido pelo tempo. Ficava pocisionada de costas para o vitral e de frente para a lareira, dando a impressão de que sempre existiu amor. No alto da chaminé da lareira uma fumaça saía, e dentro da lareira, um fogo, dormindo aconchegado, criptava; às vezes, serpenteava e brincava com suas sentelhas...Enquanto isso, na sala, devido a luz que entrava pelo vitral, parecia que havia alguém sentado na cadeira, como se fosse um amante, à espera de sua amada. A chama da lareira continua a criptar e a dançar. No alto das escadas ouve-se passos, que vem em direção à sala, era um velho homem, ele para em frente a chama e atiça-a, logo em seguida, vira-se de costas para a lareira e se põe a olhar o vitral, uma pequena lágrima escorre pelas suas rugas, e então ele sentá-se na cadeira e se põe a murmurar uma velha cantiga de amor."

O interessante de tudo isso, é que paralelamente as suas produções, nosso jovem escritor está estudando para o vestibular. Tudo isso no cenário que vemos hoje: professores em greve, querendo melhorias na educação.

Nosso novo escritor levou está obra até sua professora de literatura, querendo a sua análise séria. O resultado foi lastimável.

Ela disse que é uma produção vazia.

Interessante é que vários poetas leram a mesma obra e amaram a produção.

Essa professora, infelizmente, está ocupando um lugar errado na sociedade. Além de não conseguir identificar uma excelente obra, não têm a capacidade de estimular as produções de seus alunos.

Me desculpe, professora, mas só posso tirar uma conclusão de sua opinião: vazio é a sua cabeça.

Poetas Mortos

Sou um poeta morto,
Sem lenço, nem documento,
Cabelos soltos ao vento,
Querendo rezar num convento

Sou um poeta morto
Assassinado pela ignorância
Dos jovens deste mundo
Que não amam mais amar

e mesmo morto sou poeta
mais vivo que muitos "vivos"
viverei em minha poesia
onde sempre quis estar.

onde ela cantar,
onde evocar.
la estarei.

Pois mesmo que meu corpo se vá
E apodreça em um caixão
Minhas palavras de amor
Ecoarão na imensidão

Sou um poeta morto
onde no meu velório
posso ver pelos
olhos da morte,
pessoas chorando
e dizendo coisas horríveis:
Era pra ele ter morrido antes.
Graças a Deus ele morreu!
Tem que ser enterrado
de cabeça para baixo.
Já vai tarde!!
E eu inerte
sem poder fazer nada
só esperando
a hora do enterro

Sou um poeta morto
De poesias imortais
De coração putrefado
Mas com a alma sagaz

Sou um poeta morto,
Embalsamado
Que se recusa ser enterrado.

De morte, de vento em polpa
Faço minhas fibras
Meus tecidos, fibrilam
No caixão deixo
Minh'alma faz-se infinita
De eternidades minha alma vive

Sinto que estou morto
Mas quero viver.
Dizem que a tumba é fria
e o inferno é quente.
Então deixem-me ir para o céu.

Ah! Eu sou a morta!
A lívida frescura que não mais vive
Brasão ou nome se um dia eu tive
Lê-se na lapide da ermida a porta

Riqueza, nome, beleza. Tudo finda!
Enganai-vos todos com seu frio lume
A vida é uma dama de infiel perfume
A promessa eterna pela morte vinda

Ah! Eu sou nada. Sou fria e jazo
Como a planta que não teve água
Se a vida é rio a transbordar de mágoa
Sou murcha rosa posta em frio vaso

Não credes na vida. Sois tolos sempre!
Não credes? Digo a vos a mais verdadeira
De todas as verdades, pois uma caveira
Começa esculpida no calor do ventre!

Criptas, tumpas, mausoléus
Frio no chão, frio no mármore
Mármore, bandeja do corpo
Receptáculo do corpo, caixa de madeira
7 palmos do solo
Vivo e morto enfim...

Ubiraci Conceição
Thyago Santos
Vitor Gama
Renan Medeiros
Marluce Moraes

terça-feira, 19 de maio de 2015

Dia dos NAMORADOS chegando... :v

Mando uma dica
Para os homens de plantão
Esposa não é namorada.
Amante também não.

Viu? Não precisam agradecer por ter economizado o dinheiro dos presentes.

Abraços : -D

domingo, 17 de maio de 2015

Crônicas do Renan – A Moça Vulgar do Whatsapp

ATENÇÃO: Está crônica é proibida para feministas e ativistas (com exceção das gostosas que gostam de mostrar os peitos. Podem mostrar a/com vontade).

Se existe uma questão que deve ser levado a sério por todo individuo que já percebeu que possui um cérebro funcionando, é se tudo que é normal para a sociedade é, de fato, benéfico. Você já parou, por algum momento, de correr/malhar/tomar bomba/beber e se deixou levar por esses devaneios filosóficos de grande importância?

Em uma dessas noites lindas, que nos mergulham nas mais profundas neblinas solitárias, resolvi deixar o conforto de meu lar e sair sem rumo pelas ruas esburacadas de minha cidade. Minha jornada ‘motociclistica’ me levou direto à Praça do Operário.

Sentado no banco frio e cinzento de uma praça destinado à família, fiquei me entretendo com o meu celular, conversando com meus amigos através dos aplicativos e redes sociais mais famosos de nossa era: facebook e whatsapp.

Diante de conversas vazias e cheias de humor e putaria, acabei me deparando com a mensagem de uma moça ao qual estava, há certo tempo, tentando convence-la de que investir em uma noite, comigo, regada de luxuria e libido, era uma excelente escolha para alguém tão linda e inteligente como ela.

Para a minha surpresa ela me perguntou quais eram os motivos que estavam me levando a conversar com ela com tanto carinho e interesse. Lógico que, diante da realidade, não podia dizer a verdade. Afinal, nem todas as moças gostam de saber que estão querendo lhe devorar até os ossos. Então, como todo bom cavalheiro, resolvi sair pela tangente e, claro, aproveitar a chance para ganhar mais pontos e chegar mais perto de conseguir o néctar dos deuses.

Disse com precisão e clareza que a tratava de tal maneira devido a sua inteligência, beleza, simpatia e, acima de tudo, por não ser vulgar como a maioria das mulheres hoje em dia. Sorri diante da minha boa sacada, mas logo fui atingido por um cruzado de esquerda que me jogou no chão como um drogado em crise de abstinência.

Ela veio me dizendo que usava roupas curtas e que marcavam o corpo, além de apontar outros tipos de comportamentos. A nossa conversa seguiu dali pra frente com ela tentando me convencer de que ela era vulgar e eu estava errado em não acha-la assim.

Vi ai, de forma nua e crua, a tão falada mudança dos valores culturais. Já está se perdendo a poesia para se conquistar as mulheres – mesmo que o fim ultimo seja uma transa. E elas estão começando a achar a vulgaridade algo normal.

Tão normal que se dizer ‘não vulgar’ pode até ser um insulto.

Claro que não devemos estereotipar, e nem generalizar. Vulgaridade não é sinônimo de roupas curtas, mas sim um conjunto de comportamentos, atitudes, correntes ideológicas e vestimenta. O que nos faz perceber que tal pessoa é vulgar ou não.

Mas, infelizmente, nossas crianças estão crescendo achando que certos comportamentos nocivos são normais. E isso me faz pensar se tudo que é normal para a sociedade é de fato benéfico para ela.

É uma questão que deve ser pensada e analisada não só por mim, mas por todos que querem que caminhemos para um futuro mais florido para a humanidade.

Enquanto isso não acontece, eu acabo aprendendo uma nova lição na arte da conquista de algumas mulheres da atualidade. É só chegar e mandar essa:

- Hey, minha nega. Tava aqui te malhando e percebi que você é a mulher mais vulgar dessa festa.

Vai ser tiro e queda. Se com essa cantada você não der no coro, com certeza você vai levar no coro.

Boa sorte!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Sairam do Armário

Diante de tantas tristezas que podemos apontar do nosso querido Pará, agora me veio um deputado e nos deixou com mais vergonha ainda.

Se eles têm que roubar pra sobreviver,imagine eu que sou técnico de enfermagem e escritor.

Meu parceiro Victor, do Blog Outras Palavras, fez uma matéria sensacional (como sempre) nos mostrando as músicas que podemos usar como revolta.

Leiam lá.

Abraços

http://victorvictorio.blogspot.com.br/2015/05/materia-quem-realmente-sao-as.html?m=1

domingo, 10 de maio de 2015

Mãe, com M de Morte

A cidade dormia naquela madrugada se preparando para as homenagens, que começariam logo ao amanhecer, à todas as mães. Mas nem todos estavam repousando em seus travesseiros, tranquilos, com os presentes escondidos que dariam ao acordar.

Ninguém desconfiava do que estava acontecendo dentro dos muros do cemitério velho. As neblinas densas se espalhavam até perder de vista entre as catacumbas e túmulos. O vento uivava e chacoalhava as poucas árvores do local.

Entre os mortos que repousavam, um vivo trabalhava. Um homem, agasalhado por um grosso casaco, cavava sem descanso um dos túmulos que se escondia no ventre daquela terra. Sua pá, a cada enfiada naquela terra molhada, desnudava cada vez mais aquele leito eterno.

Horas se passaram debaixo do céu nublado até que aquele homem desconhecido, enfim, achou o que procurava. O caixão parecia ainda intacto, mesmo com os anos que se seguiram após ser enterrado. Seus olhos passearam por aquela madeira, seu cérebro lhe trouxe a imagem do que havia ali e seu estomago ameaçou agir caso ele abrisse aquilo.

Mas ele deveria abrir.

Subiu no buraco que havia cravado na terra, e voltou com uma grande bolsa. Seu rosto pingava o suor do cansaço físico. Tragou uma grande quantidade de oxigênio e resolveu tirar a tampa.

O cheiro da podridão infestou o local. Ele quase vomitou naquele corpo decomposto. Abriu a bolsa e tirou de lá um pequeno pacotinho, se agachou e colocou, com dificuldades, dentro da boca daquele corpo. Depois pegou um pedaço de madeira de limoeiro e cravou no peito e, por fim, regou-a com sangue de gato preto.

Disse algumas palavras em voz baixa e saiu de lá. Sentou em uma lapide e lá ficou, aguardando o resultado de sua invocação, até adormecer.

Ele não soube dizer quanto tempo passou até que um barulho o acordou. Ao abrir os olhos viu dois braços agarrando a terra. Uma pessoa estava tentando sair daquele buraco que ele havia feito. Seu coração pulou de medo, depois de alegria.

Correu até lá e ajudou a pessoa a sair. Afastou-se e ficou olhando. A pessoa abriu os olhos e olhou em volta, atordoada, sem saber o que estava acontecendo. Seu corpo, que outrora estava quase todo consumido pelas larvas, havia voltado a ficar como antes de sua morte.

- Mamãe? É você? – disse o homem chorando.

Ela olhou para ele, seguindo o som de sua voz, mas não expressou felicidade ou tristeza. O homem correu até a direção dela, abraçando-a e dizendo o quanto a amava e sentia saudades. Sua alegria por ter conseguido ter sua mãe de volta, mesmo por ser através de magia negra, era imensa.

Uma alegria que não durou muito tempo, pois logo sua mãe lhe arrancou metade do pescoço com a boca e usou o resto da noite para consumir a carne daquele que um dia foi o seu filho.

Àquele homem não sabia que os espíritos não retornam, e que seus corpos reanimados são usados pelo inferno.

Feliz dia das Mães.

Renan Medeiros

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A Dançarina Sem Nome

Sua curva era um perigoso labirinto de desejo. Muitos queriam adentrar aquele caminho hipnótico, mas se contentavam em simplesmente lhe olhar, jogando algumas notas generosas de reais para que seu rebolado fosse mais sensual.

Ela já não enxergava mais aqueles olhos sedentos por sexo que lhe rodeavam. Seus pensamentos estavam navegando em uma historia inexistente, carregada de amor e paixão. Aquela vida já não lhe dava mais o prazer que a fez viver aquilo até hoje. O dinheiro era generoso, mas lhe custava caro. Ela queria encontrar um amor, alguém que lhe tirasse dali e desse a família que estava sonhando. Mas a sua vida não lhe dava esse prazer.

Sua fama correu longe, e isso fez os homens não a quererem para amar. Em seus pensamentos, ela só era um pedaço de carne que desejava mais um pedaço de carne entre suas pernas. No pensamento dela, aqueles homens eram pobres cuzões que só servia para lhe dar dinheiro em troca de um rebolado.

Cada um dava o que o outro queria, mas não dava o que realmente precisavam.

Naquela noite a casa estava cheia. Ela e as outras meninas adentraram a madrugada, até quase amanhecer. Faturaram alto e isso lhe animou um pouco. Arrumou-se como de costume e saiu a pé para a sua casa.

Em uma curva, quase chegando ao seu quarteirão, um homem apareceu, não falou nada, simplesmente lhe deu um tiro na cabeça e foi andando tão tranquilamente como quando surgiu da escuridão.

Seu corpo, minutos antes sendo desejado por tantos homens, agora estava atirado no chão, sem vida, banhando a calçada com o sangue do que havia sobrado de seu crânio.

A manchete dos jornais daquele dia dizia que uma prostituta havia sido morta. Seu nome continuou famoso e deturbado, mas sua alma havia encontrado a paz.

FIM

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Contos No Sense

Cabalo nasceu, cresceu e morreu. Longe de casa a bicicleta voou dentro da água petrificada. O pato bicou a roupa do rei de Bartolomeu. Mas a vida foi-se na gosma de andaime. Porque o justo, na injustiça, sabe que o certo é o contrário daquilo que se pensou na historia que foi contada ao contrário. Mas, pensando assim, sim sei. Na vida, morre-se como se estivesse vivo. Em um dia inteiro, a metade é o dobro do triplo de cinquenta, dividido por cinco, mais o dobro daquilo que se pensou na instituição hortaliça. Por que tu é a segunda pessoa do singular e eu sou singularíssimo, então eu sou tu e tu é eu.

Carlinhos estava andando na livraria quando um peixe caiu em seu pé. Mas ele não ligou, porque sua camisa era vermelha. O dono disse que a vida é passageira, assim como o peixe que saiu nadando na calçada. Longe dali, Junior calçou a vírgula e alimentou-se de dois pontos. Por que um só ponto não ia encher a sua consciência.

E assim fora felizes para a ponte da cachaça.

Fim

A Arte do Ofensa

''Se tua cara já é assim, imagine o cu de onde tu veio''

Contratos quebrados.

Absorto, ele fixava sua visão no teto enquanto sentia os delicados dedos dela tateando seu tórax, deleitando-se com os resquícios de prazer ...