domingo, 14 de maio de 2017

Divagando Sobre Amores e Amigos


Sabe, a amizade é o solo que nutre a flor do amor entre um homem e uma mulher. E as pétalas dessa flor são o que mantêm este solo nutrido. Um precede o outro, e inexiste sem a presença de um deles. Um solo mal nutrido produz uma flor doente, e uma flor doente não renova as nutrientes do solo. Gostamos de separar as coisas, dividi-las, mantê-las aprisionadas em conceitos as quais acreditamos compreender. Amor é amor. Amizade é amizade. São coisas distintas, separadas entre si. Nossa, que grande equivoco cometemos com nós mesmos. Seria tão mais fácil viver e amar se aceitássemos que tudo está, igualmente, separado e interligado. Veja a sabia natureza, vivendo neste mundinho há bilhões de anos antes de pensarmos em virar bípedes. Sua perfeição está justamente nessa separação e interligação de tudo. Um vive separado do outro, mas sua existência está intrinsicamente ligada na existência do outro. E nós, humanos, estamos longe de estarmos fora dessa conexão. Que loucura, não é? Começamos a falar sobre a conexão entre amor e amizade entre um homem e mulher, e acabamos divagando sobre a existência. Mas, ambos, amor e existência, não possuem o mesmo conceito para funcionar? Amo porque há alguém para eu amar, existo porque há alguém para sentir minha existência. Sentiram a conexão e importância de permitirmos amar e deixar o outro se aproximar? E pensar que toda essa conversa surgiu por eu pensar nas mulheres que eu me apaixonei e que, seja lá por qual defeito ou qualidade existente em mim, olharam para mim e só viram um amigo. E se elas enxergassem a vida como eu, será que aquele sentimento nascido em mim fosse correspondido e estaríamos, até hoje, nos amando como amantes e amigos? Questões sem resposta, como quase todas as grandes questões da vida. E a vida, como sempre, vai seguindo seu rumo tentando nos ensinar o obvio, que ousamos negar em ver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contratos quebrados.

Absorto, ele fixava sua visão no teto enquanto sentia os delicados dedos dela tateando seu tórax, deleitando-se com os resquícios de prazer ...