quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crônicas do Renan - Nada Melhor do que o Lar

Ambrósia da Silva é uma amiga que possui um dom raríssimo na sociedade de hoje, ela é linda e inteligente. Todos os músculos do corpo trabalhados na mesma medida nas academias e bibliotecas da vida. Estar em sua presença, mesmo sendo tão raro quanto encontrar um exemplar como ela, é ter a chance de por todos os sentidos do corpo a se deliciarem com a fina beleza e aguda inteligência. Os olhos e os ouvidos sem entorpecem com a conversa, deixando nosso cérebro encharcado com o álcool do prazer.

Recentemente conversamos sobre um tema interessante, discutimos sobre o amor humano ao seu lar. Nada é mais prazeroso e nos dá uma grande sensação de segurança do que estarmos em nossa casa. Porem existem pessoas que chegam aos extremos desse prazer, se obrigando a não sair de casa e, quando o fazem, seus corpos começam a sofrer mudanças que atrapalham o convívio social.

Ambrósia me revelou que seu organismo não funciona em lugares que não seja a sua residência. Seu intestino trava diante de um banheiro que não seja o da sua casa.Acho engraçado esses tipos de pessoas. Talvez pelo fato de eu ficar a vontade nas casas de amigos e desconhecidos. O Ambiente diferente não muda em nada o funcionamento do meu organismo. Uma timidez no inicio, normal, mas ficar totalmente travado é algo que não sofro.

Tentei explicar que, para mim, esse tipo de problema não deve ser aceitável e que era difícil eu entender o porque as pessoas passam por esses entraves, devido eu não o tê-lo. "Tenho problema em fazer as minhas necessidades longe de casa" é a frase que mais ouvimos das pessoas que passam por esses problemas. Mas a casa de nossos amigos e amores e não uma segunda, ou terceira, casa para nós? Um ambiente acolhedor tão quanto é o nosso lar? Pensava assim, até que a nossa conversa me levou a um fato ocorrido em minha vida.

Renan Medeiros (sim, falarei em terceira pessoa, se não se importa) estava no auge do tesão e da luxuria, louco para viver uma aventura e se banhar com a devassidão deste imenso mundo de promessas e loucuras. A insanidade lhe tomou conta como nunca havia acontecido antes, levando-o a querer se aventurar nas propostas sexuais mais vis que surgissem em seu caminho de solidão.

Surgiu uma moça, jovem, porem mais velha e experiente que o Renan Medeiros. As mensagens pelo celular com promessas de dias de puro prazer anticristão, e as descrições de tudo que aquela moça viria a fazer com ele, deixou o rapaz dopado de desejo. Tão dopado que resolveu aceitar aos insistentes convites da moça. Mas havia um pequeno problema, ela morava em Belém.

Problema esse logo superado pelo Renan, que antes do que imaginava tinha juntado uma pequena quantia em dinheiro e já estava entre os apertos de uma rede em uma navegação dessas da vida. Ao seu lado havia uma senhora, de peso acima do anormal (sim, isso mesmo, acima do ANORMAL) e do outro um rapaz de características nada confiáveis. Mas mesmo com as dificuldades do caminho, Renan seguiu firme e forte para a sua satisfação sexual futura e incerta.

 O barco chegou e Renan se encontrou com a moça. Logo ao chegarem em sua residência, não deu tempo de analisar a casa em interminável construção ou de tomar um banho, a jovem já foi logo agarrando o rapaz necessitado e assim tiveram seu primeiro momento de sexo descompromissado.

Renan iria passar todo o fim de semana com ela, para aproveitarem os corpos um do outro e as coisas boas que a cidade tinha para oferecer. Claro que, mais cedo ou mais tarde, nosso aventureiro do kama sutra iria ter que se deleitar sobre o vaso do banheiro daquela distinta dama e usá-lo para os devidos fins ao qual foi criado.

E esse momento chegou.

Renan Medeiros nunca teve problemas para realizar suas necessidades fisiológicas em casas de estranhos e conhecidos, o que o fez ir até o banheiro sem receio algum de haver algum problema. Sentou-se sobre o vaso e acabou fazendo tudo aquilo que a natureza estava pedindo para fazer. Feliz e aliviado, além de asseado, puxou a descarga para que tudo aquilo tivesse seu devido fim.

A água encheu o vaso, mas não desceu pelo ralo. Estava entupido. Nosso aventureiro acabou se desesperando, enchendo alguns baldes de água e jogando dentro com a intenção de fazer tudo descer a força, mas as tentativas só faziam piorar a situação. Vendo-se derrotado por um vaso carregado de urina e fezes, nosso herói só pôde se render a vergonha e humilhação e explicar para a mulher sobre o acontecido.

Ela riu, explicou que o vaso estava assim., e com o jeitinho feminino fez o Renan ficar novamente a vontade. Os dias que se seguiram foram assim, passeio, sexo e um vaso cheio de merda como presente de despedida.

Como disse, lembrei-me desse fato quando estava conversando com Ambrósia sobre esses problemas que ela passa quando não está em sua casa. Com tudo isso,acabei mandando minha ultima conclusão, antes de me retirar da conversa:

- O problema, minha cara, não é cagar na casa dos outros. Mas ter a certeza de que as evidências serão eliminadas.

 Tenham um excelente dia.

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