quinta-feira, 30 de abril de 2015

Dia 29 de Abril de 2015

Não sabia o que estava fazendo ali. Na verdade, sabia sim o que fazia. Estava obedecendo às ordens que haviam se dirigido ao nosso batalhão. Mas o motivo, quais eram? Nenhum de nós sabia ao certo o porquê tínhamos que fazer aquilo. Era repugnante fazer parte de toda essa chacina.

A fumaça das bombas de lacrimogênio dificultava a visão. O caos estava tomado. Ouvia os latidos dos cachorros se atirarem contra os manifestantes. Tiros de balas de borracha estavam sendo tão comum quanto o ar que respirava. Gritos de dor e de revolta ecoavam por todo o lugar.

Mas não podíamos deixar de fazer nosso papel. Mas que papel era esse? Quando me formei na academia fui lançado na sociedade com o intuito de servir e proteger. E agora cá estou, com o meu cassetete em mãos, lançando-o com toda a força contra os professores que estão aqui, somente pedindo pelos seus direitos.

Servir e proteger. Sempre pensei que era para servirmos e protegermos a população. Agora vejo o quanto estava errado. Servimos e protegemos o Estado. Somente o Estado. A população tem que se virar.

Vejo gotas de sangue saindo da boca de uma senhora e criando uma pequena poça no chão. Ela se vira para mim. Meu Deus! Dona Carminha, professora da minha pequena princesa. Meu cassetete acabava de abrir um corte na boca da professora de minha filha. Ela não me reconheceu, devido o capacete. Na verdade, nem eu estava me reconhecendo ali.

Fiquei tonto, desnorteado. Pessoas correndo para todos os lados. Corpos jogados no chão. Mortos? Desmaiados? Não sei. Quero ir embora daqui, mas não deixam. Posso ser preso se desobedecer à ordem. Posso perder meu emprego se não meter o cacete nesses professores.

Então eu meto.

O massacre aos educadores demora quase duas horas, até que enfim a guerra acaba. Sim, aquilo foi uma guerra. Que nome eu daria para isso? Confronto? Baderna? Não, com certeza não. Aquilo foi uma guerra declarada do Estado contra a educação brasileira. Contra a educação de meus filhos. E, infelizmente, estou do lado errado.

No fim de tudo volto pra casa, em meu carro. Ouço o rádio e escuto as noticias sobre o “confronto” entre manifestantes e policiais. Culpam-nos pelo caos que aconteceu. Como assim? Não tivemos culpa. Não somos nós que demos as ordens.

Ao chegar em casa minha filha vem correndo e me abraça, e me mostra um desenho. “Foi a professora Carminha que me ensinou, antes de começarem a greve” disse ela para mim. Não consigo conter algumas lagrimas quando me vem à imagem da professora, no chão, perdendo sangue pela boca devido um golpe meu.

Somos policiais, instrumentos usados pelo Estado. A ferramenta perfeita. Além de usarem-nos como repressão, usam-nos como bode expiatório. Minha filha continua a desenhar do jeito que a professora Carminha ensinou. A professora, talvez, esteja no hospital fazendo uma sutura em sua boca.

E eu fico aqui, chorando. Por saber que estou contribuindo para a destruição da educação de minha pequena filha.

FIM

Sobre as Manifestação dos Professores, no Paraná

Mesmo não conhecendo este estado, tenho grande carinho por ele. Lá reside grandes amigos que me abriram portas que jamais imaginei passar.

Mesmo sendo residente do Pará, o Paraná foi o primeiro estado que viu que tinha algum (disque) talento pra escrever e publicou um conto meu. A Spektro, pra quem não sabe, reside neste estado.

É com grande tristeza que recebo imagens das manifestações dos professores que, ao exigirem seus direitos e os da população, em terem uma educação de qualidade, foram recebidos com extrema violência pelo Estado.

Muitos criticam a força polícial, mas eles são meros instrumentos.

O ggoverno, que se autodomina Pátria Educadora, está ensinando a violência aos seus filhos. O Brasil não pode permitir que nossos educadores sejam humilhados de tal maneira.

O Estado não é como o Hegel disse. Ele não é uma representação de Deus na terra. Temos que mostrar que nós, população, somos os que detém o poder em uma sociedade democrática.

Chega!

Professor, sobrenome: Sofredor

Professor apanha
dentro da escola
Apanha
fora de escola

E quando chega
ferrado em casa,
sem dinheiro e dignidade,
encontra o(a) cônjuge
pegando o vizinho(a)

terça-feira, 28 de abril de 2015

Catolicismo Medieval

Fico aqui olhando
essa sociedade
em que vivemos
resgatando
o catolicismo medieval
enquanto ora aos céus
para que melhoremos

ora, ora, ora

Caminhamos para o individualismo
e a religião nos pede união
É uma confusão
na mente da população
O caos está solto novamente
Como era antes
Antes de tudo existir

O caos mudou de moradia
Agora vive aqui
Dentro de nossas cabecinhas
Nada pensantes

Renan Medeiros

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Minha Doce Ninfa

Longe de ti estou
Minha doce ninfa do campo
Mas não se desespere
Quando a meia-noite chegar
O frio bater à porta
E eu não estiver ai
Para lhe esquentar
Pois saiba que o sol
Surgirá no horizonte
Do vasto campo de jasmim
Que és sua moradia
E com ele um novo dia
Renovado
Um após o outro
E dar-te-ei uma promessa
Aos pés do monte Olimpo
Que em um desses novos dias
Junto com a brisa de verão
Surgirei cavalgando
Até seus macios braços
E nem a distância
O tempo
Ou a morte
Nos separará
E não destruirá
Este belo amor

No Bar da Paixão...

"Uma madrugada e meia, salpicada com uma doce mulher para amar. Por favor!"

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crônicas do Renan - Nada Melhor do que o Lar

Ambrósia da Silva é uma amiga que possui um dom raríssimo na sociedade de hoje, ela é linda e inteligente. Todos os músculos do corpo trabalhados na mesma medida nas academias e bibliotecas da vida. Estar em sua presença, mesmo sendo tão raro quanto encontrar um exemplar como ela, é ter a chance de por todos os sentidos do corpo a se deliciarem com a fina beleza e aguda inteligência. Os olhos e os ouvidos sem entorpecem com a conversa, deixando nosso cérebro encharcado com o álcool do prazer.

Recentemente conversamos sobre um tema interessante, discutimos sobre o amor humano ao seu lar. Nada é mais prazeroso e nos dá uma grande sensação de segurança do que estarmos em nossa casa. Porem existem pessoas que chegam aos extremos desse prazer, se obrigando a não sair de casa e, quando o fazem, seus corpos começam a sofrer mudanças que atrapalham o convívio social.

Ambrósia me revelou que seu organismo não funciona em lugares que não seja a sua residência. Seu intestino trava diante de um banheiro que não seja o da sua casa.Acho engraçado esses tipos de pessoas. Talvez pelo fato de eu ficar a vontade nas casas de amigos e desconhecidos. O Ambiente diferente não muda em nada o funcionamento do meu organismo. Uma timidez no inicio, normal, mas ficar totalmente travado é algo que não sofro.

Tentei explicar que, para mim, esse tipo de problema não deve ser aceitável e que era difícil eu entender o porque as pessoas passam por esses entraves, devido eu não o tê-lo. "Tenho problema em fazer as minhas necessidades longe de casa" é a frase que mais ouvimos das pessoas que passam por esses problemas. Mas a casa de nossos amigos e amores e não uma segunda, ou terceira, casa para nós? Um ambiente acolhedor tão quanto é o nosso lar? Pensava assim, até que a nossa conversa me levou a um fato ocorrido em minha vida.

Renan Medeiros (sim, falarei em terceira pessoa, se não se importa) estava no auge do tesão e da luxuria, louco para viver uma aventura e se banhar com a devassidão deste imenso mundo de promessas e loucuras. A insanidade lhe tomou conta como nunca havia acontecido antes, levando-o a querer se aventurar nas propostas sexuais mais vis que surgissem em seu caminho de solidão.

Surgiu uma moça, jovem, porem mais velha e experiente que o Renan Medeiros. As mensagens pelo celular com promessas de dias de puro prazer anticristão, e as descrições de tudo que aquela moça viria a fazer com ele, deixou o rapaz dopado de desejo. Tão dopado que resolveu aceitar aos insistentes convites da moça. Mas havia um pequeno problema, ela morava em Belém.

Problema esse logo superado pelo Renan, que antes do que imaginava tinha juntado uma pequena quantia em dinheiro e já estava entre os apertos de uma rede em uma navegação dessas da vida. Ao seu lado havia uma senhora, de peso acima do anormal (sim, isso mesmo, acima do ANORMAL) e do outro um rapaz de características nada confiáveis. Mas mesmo com as dificuldades do caminho, Renan seguiu firme e forte para a sua satisfação sexual futura e incerta.

 O barco chegou e Renan se encontrou com a moça. Logo ao chegarem em sua residência, não deu tempo de analisar a casa em interminável construção ou de tomar um banho, a jovem já foi logo agarrando o rapaz necessitado e assim tiveram seu primeiro momento de sexo descompromissado.

Renan iria passar todo o fim de semana com ela, para aproveitarem os corpos um do outro e as coisas boas que a cidade tinha para oferecer. Claro que, mais cedo ou mais tarde, nosso aventureiro do kama sutra iria ter que se deleitar sobre o vaso do banheiro daquela distinta dama e usá-lo para os devidos fins ao qual foi criado.

E esse momento chegou.

Renan Medeiros nunca teve problemas para realizar suas necessidades fisiológicas em casas de estranhos e conhecidos, o que o fez ir até o banheiro sem receio algum de haver algum problema. Sentou-se sobre o vaso e acabou fazendo tudo aquilo que a natureza estava pedindo para fazer. Feliz e aliviado, além de asseado, puxou a descarga para que tudo aquilo tivesse seu devido fim.

A água encheu o vaso, mas não desceu pelo ralo. Estava entupido. Nosso aventureiro acabou se desesperando, enchendo alguns baldes de água e jogando dentro com a intenção de fazer tudo descer a força, mas as tentativas só faziam piorar a situação. Vendo-se derrotado por um vaso carregado de urina e fezes, nosso herói só pôde se render a vergonha e humilhação e explicar para a mulher sobre o acontecido.

Ela riu, explicou que o vaso estava assim., e com o jeitinho feminino fez o Renan ficar novamente a vontade. Os dias que se seguiram foram assim, passeio, sexo e um vaso cheio de merda como presente de despedida.

Como disse, lembrei-me desse fato quando estava conversando com Ambrósia sobre esses problemas que ela passa quando não está em sua casa. Com tudo isso,acabei mandando minha ultima conclusão, antes de me retirar da conversa:

- O problema, minha cara, não é cagar na casa dos outros. Mas ter a certeza de que as evidências serão eliminadas.

 Tenham um excelente dia.

sábado, 4 de abril de 2015

Crônicas do Renan - O Casamento de Albert Einstein



Não, não irei aqui narrar ou analisar o casamento do físico e filosofo Albert Einstein, o homem que mudou os conhecimentos do mundo e nos deu a base das leis da física atual. Além de, indiretamente, nos dar margens para milhões de produções literárias depois de criar a teoria da relatividade, viagem no tempo e outras coisas mais.

O Albert Einstein ao qual quero falar hoje é um Einstein menos intelectual do que o gênio que vocês conhecem. Menor, bem menor do que aquele. Possui pêlos por todo o seu corpo, tem uma mordida forte e anda em quatro patas por ai. Quero falar de vocês do meu cachorro.

Batizei-o de Albert Einstein. Como todo bom fã de pessoas esquisitas e geniais, acabei escolhendo este nome para este pobre animal. Confesso que não era este nome que, inicialmente, havia escolhido. Tinha em mente batiza-lo com o nome de Arrhenius. Mas na hora de dizer “Eu te batizo, em nome do pai, do filho e do espírito santo” acabei esquecendo o nome. Então foi o jeito improvisar. Acabou sendo batizado como Albert Einstein. Para as pessoa que já são intimas dele é conhecido somente como Einstein; ou “Aste” para as senhoras que o conhecem e que, infelizmente, não consegui fazê-las pronunciar corretamente.

Há um ano, mais ou menos, surgiu uma cachorra aqui pelas redondezas. Não sabemos o motivo, mas ela acabou fixando moradia em nossa residência. Não queríamos uma cachorra, fizemos de tudo para domar aquela criatura e fazê-la encontrar seu caminho, mas ela tinha horror à coleira e acabamos não conseguindo.

Não sabíamos, e até hoje não sabemos, de onde ela veio. Ainda fomos em busca de sua casa, mas foi tudo em vão. Albert Einstein (o físico) poderia dizer que, talvez, ela tenha se materializado em frente de nossa casa por uma ruptura espaço-temporal, materializando-a de outra dimensão até a nossa. Mas antes que pensasse na física quântica e multiverso, Einstein (o cachorro) surgiu e acabou nos dizendo com seus olhos a sua analise filosófica: é gata!

A partir daí eles começaram a se amar, algo que nunca havia presenciado no universo dos cachorros. Mas como Einstein (o físico) diz “Tudo é relativo” então um amor assim, relativamente é normal, mesmo para uma espécie não tão desenvolvida como a nossa, porem menos complicada.

A Branca, como ficou conhecida por nós, começou a defender com unhas e dentes a nossa residência de qualquer perigo que ela acredite ser nocivo. Em contrapartida, o Einstein (o cachorro), devido a sua idade avançada está se aposentando do cargo de vigia noturno de nossa moradia. Isso nos fez, então, acabarmos adotando a Branca como moradora permanente da família Medeiros.

Einstein e Branca acabaram, então, se casando. E, além da curiosidade a respeito deste mútuo sentimento entre eles, outras coisas foram interessantes ao ser observado.

Branca hoje é mãe de duas ninhadas, oito filhos ao todo. Restaram destas duas cachorras que foram também adotadas por nós. Continua amando o Einstein como no inicio, amor puro e verdadeiro, mas o Einstein não é o marido perfeito que ela acreditava.

Quando alguma cachorra das redondezas entra no cio, Einstein abandona o seio familiar e, dentro de uma alcateia de predadores tarados, acaba tentando copular com a cadela. Branca, nesses períodos, entra em depressão. Não quer comer e vive na rua, vendo de longe o seu marido ansioso para abandonar seus votos matrimoniais. Quando ele volta, sempre surrado pelos cachorros maiores, e triste por não conseguir alcançar seus objetivos, ela o recebe com imensa felicidade, olhos brilhantes, rabo balançando e cheiros de carinho. Não sei lhes dizer se a alegria é pelo seu retorno, ou por não ter conseguido meter o chifre nela. Talvez pelas duas coisas, é mais provável.

Quando a Branca entra no cio, o papel se inverte. Mas não pensem que a branca aproveita a situação para se vingar, muito pelo contrário, ela se mantem firme na fidelidade. Os cães se reúnem para acasalar, investem, mas ela com maestria dança na frente deles, impedindo qualquer avanço sexual daqueles animais sedentos por amor. Einstein, como todo bom esposo, não suporta ver aqueles predadores circulando a sua amada. Avança, sem se importar com a força bruta e o tamanho das criaturas, e defende com unhas e dentes a virtude de sua esposa.

Branca sente-se feliz ao ver seu esposo lhe defendendo. Orgulhosa, sente-se mais amada ainda e esquece, naqueles momentos, a vida boemia e devassa de seu esposo com nome de intelectual. No fim, Einstein acaba ganhando seu presente por bom comportamento. Uma nova ninhada deve estar sendo gerada neste momento.

Não sei vocês, mas eu acho que essa historia já se repetiu por ai algumas vezes. Acredito que se Einstein (o físico) ouvisse a historia do Einstein (o cachorro) não iria querer opinar, daria espaço para o Darwin. E este, com seu conhecimento sobre evolução, ficaria surpreso. Olharia toda a papelada dos estudos que realizou, relacionaria esse casamento canino com os de milhares de casamentos humanos por ai, e tiraria somente uma conclusão plausível:

- Vou ter que estudar essa merda tudo de novo.
 

Crônicas do Renan - A Garota da Farmacia - O Retorno

Queridos amigos, inimigos, leitores letrados e iletrados, viciados em sexo e assexuados, fãs da DC e da Marvel, nerds, esportistas, virgens, crianças, jovens e idosos, romancistas, cronistas, piadistas, humoristas, atores de filme pornô, nortistas e sulistas, Darth Vader, emos, góticos, rockeiros e funkeiros, putas, pessoas de direita e esquerda, filhos da Dilma e do Aécio, espermatozoides, alienígenas, satanistas e cristãos, políticos corruptos e aqueles que se dizem honestos, pessoas de outras dimensões e vindo do futuro, e a todos que lerão este texto.

Gostaria de deixar claro que isto aqui não é exatamente uma nova crônica,e sim uma explicação que achei necessário colocar sobre a minha crônica "A Garota da Farmácia" após um pequeno acontecimento que ocorreu hoje.

Hoje tive a felicidade de ir até a farmácia ao qual foi o cenário desta crônica citada. Fiquei feliz, afinal, como consumidor, acredito que esta farmácia é a melhor que temos em Breves. Digo isso não apenas pelos produtos, mas pelo excelente atendimento das pessoas que lá trabalham e, não tenho receio de dizer, mas também pela beleza feminina que lá se encontra. Além de lindas, é claro, possuem uma educação exemplar que deveria ser copiado pelos outros estabelecimentos da cidade, sejam farmácias ou não.

Ao entrar lá tive a sensação de ter algo errado, mas não dei muita importância, pois estava perdido em meus pensamentos, o que é de praxe em quase todo louco que resolve escrever na vida. Estava com a minha mãe, sendo assim não era eu que estava sendo atendido. Quando resolvi piscar e voltar a realidade, vi a atendente que mais me atende neste estabelecimento, fazendo então eu ter um comportamento menos formal quando falo com ela.

Cheguei e a cumprimentei, como de costume, e pelo pouco de conhecimento em linguagem corporal notei algo diferente.

- Tudo bem?- perguntei.
- Estou. Não como o senhor que está apaixonado, mas tô levando.
- A gente tem que se apaixonar de vez em quando. - disse sem perceber ainda sobre o que se tratava.
- É, a gente leu aqui.
Caiu a ficha. Fiz só rir, pois não veio nenhuma resposta no momento. Fiquei pensando sobre o que ela falou, percebi na hora que ela estava falando da bendita crônica que escrevi. Ao sair de lá resolvi que a minha resposta seria por aqui, afinal eu tinha que corrigir este leve engano literário.

Primeiramente eu gostaria de deixar claro a todos que leram aquela crônica e lerão este texto o que é uma crônica. Poderia pedir com carinho à cronistas melhores que eu, como a Marluce Moraes, João Marcelino ou Paulo Renato Bandeira, a escreverem sobre este maravilhoso gênero literário, mas resolvi não os incomodar com este pequeno problema. Afinal, é só entrar no google que logo encontramos ótimas explicações sobre o assunto. Compartilho com vocês uma citação do Wikipédia:

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas. Assim o fato de ser publicada nesses meios já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.
Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como: ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.
Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.
(Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%B4nica_%28g%C3%AAnero%29)

Em rápidas palavras uma Crônica é a narração de um fato, na visão do escritor, que mistura realidade e ficção para chegar ao objetivo proposto por ele. Ou seja, NEM TUDO É REAL. E de todas as formas disponíveis para uma crônica, particularmente adoto o humor. Adoro escrever meus textos com uma base humorística.

Logo, ler uma crônica minha e acreditar que tudo o que lá está escrito é real, é o mesmo que dizer que um humorista que se veste de mulher e se diz ser mulher é realmente uma mulher de verdade. É algo incoerente.

Quando tive aquele dialogo com a moça da farmácia, achei a conversa engraçada e ótimo para ser colocado em uma crônica. Ao pensar de que forma poderia colocá-la de uma forma que atingisse o objetivo, fazer humor com a falta de experiência na arte da conquista, acabei achando interessante dizer que eu estava apaixonado. Sendo assim, o ápice do humor na crônica, que era o final, faria bem mais sentido e atingiria com perfeição o que pretendia.

Não sei se a moça que falou comigo hoje realmente acreditava que estava apaixonado ou se simplesmente estava tirando com a minha cara. Mas, para não deixar duvidas, e também tirar prováveis confusões na mente das pessoas que leram, achei melhor colocar este texto explicativo.

Afinal, não estou afim de apanhar na rua do namorado/marido de ninguém.

Espero ter tirado qualquer duvida sobre a minha suposta paixão, e acabei dando uma aula grotesca sobre crônica.

Finalizo feliz com esse texto.

Abraços.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sobre a Redução da Maioridade Penal

Voltou à moda a discussão da redução da maioridade penal depois que, recentemente, a CCJ aprovou que a proposta da redução é constitucional.

E nos jornais televisivos, Brasil afora, vimos em cores os políticos, defensores da redução, pulando como crianças comemorando esta pouca vergonha.

Até quando seremos tão burros diante dos próprios políticos que colocamos no poder? Por isso eles fazem tudo o que fazem, pois sabem que a população prefere viver imergido em sua pobre ignorancia.

Percebemos a insanidade, que é a redução da maioridade penal, quando vemos o argumento-chefe dos defensores desta "causa nobre":

"Iremos inibir a violência praticada pelos adolescentes se reduzirmos a maioridade penal, pois assim eles serão presos"

Nossa, quanta inteligência expressa nesse magnifico argumento. Dizer que os adolescentes não irão cometer crimes, porque eles serão presos, é o mesmo que dizer que hoje os maiores de 18 anos não cometem crimes pela mesma razão.

Acho que as grandes taxas de criminalidade em nosso país estão equivocadas, afinal todos os adultos criminosos estão presos. Certo? Falta só prender os adolescentes e iremos retroceder ao paraíso.

Nossos belos políticos, com seus ternos e gravatas feitos sob medida, estão neste momento fazendo todo o alvoroço para reduzir, ou não, a maioridade penal. Mas a prioridade, aquela coisinha chamada EDUCAÇÃO que é a única ferramenta existente para sim libertarmos nossos adolescentes da criminalidade, ficam abandonados.

Outro argumento que esses pseudo-defensores da segurança nacional tentam nos empurrar goela abaixo é que, já que nossos adolescentes possuem já a responsabilidade política do VOTO, que tenham a responsabilidade SOCIAL para pagar pelos seus erros.

Ora, queridos leitores, qualquer estudantezinho sabe que nossos queridos governantes aprovaram o voto aos 16 anos justamente por saberem que os adolescentes são mais suscetíveis a serem enganados pela lábia dos nossos políticos corruptos de estimação. E, já que querem permanecer no poder, quanto mais pessoas alienáveis, melhor.

Lembrando: a educação está sendo deixada de lado.

Querem realmente diminuir a taxa de criminalidade de nosso país? Perguntar de novo, para quem não entendeu a pergunta. QUEREM REALMENTE DIMINUIR A TAXA DE CRIMINALIDADE DE NOSSO PAÍS?

Melhorem a educação, criem projetos sociais, deem um grau no saneamento básico, proporcione emprego pra população, melhorem a segurança pública e invistam na recuperação socioeducativa de nossos detentos.

Ah, eu sei. Não precisa me dizer o quão fazer tudo isso é trabalhoso. Mais fácil lotar nossos presídios, já sucateados, com centenas de adolescentes que estão sendo usados pelo nosso sistema falido.

Enquanto o Brasil despenca, eles comemoram. Pior ainda, sentados na costa de uma parte da população que crê, inutilmente, que a redução irá melhorar nosso país.

Mais interessante que isso, é que o EUA já está repensando na cagada que fez ao reduzir. E nós, aqui, estamos cagando e dançando na merda que iremos ter que limpar mais tarde.

É como dizem: Os inteligentes aprendem com os erros. Os sábios aprendem com os erros dos outros.

Pensem nisso.

Crônicas do Renan - A Garota da Farmácia

Estou longe de ser um grande "conquistador", "garanhão" ou qualquer outra nomenclatura que são denominados aos homens que possuem conhecimento sobre as mulheres, uma alta capacidade de oratória e dialogo e utilizam destes conhecimentos e dons (de berço ou aprendidos) para poderem ter algum relacionamento com o sexo feminino que lhes instigou interesse.

Nunca me dei muito bem com as mulheres.

Me enrolo com as palavras e acabo não sabendo ao certo que palavras usar, sobre o que falar e que assunto poderia ser interessante para desenvolver uma conversa capaz de fazer aquela moça começar a olhar para mim de um jeito diferente.

Recentemente fui até uma farmácia do meu município, conhecida não só pelo belo atendimento, mais pelo belo corpo de funcionários presente. Lindas atendentes que sempre nos recebem com um sorriso no rosto e com muita disposição para nos servir. Beldades atrás de simples balcão de vidro, rodeadas de medicamentos.

Uma dentre todas foi a escolhida para me chamar mais atenção. Sorriso perfeito e de uma simpatia exemplar. Mas era raro eu ter a chance de ser atendido por ela. E nas raras vezes só me atento a ser mais um simples cliente, sem tomar uma atitude que faça eu me sobresair aos demais.

Neste dia comum cheguei até a bendita farmácia por debaixo de uma chuva, em busca de algumas medicações. Ela estava lá, mas acabei não sendo atendido por ela. Mas depois da compra feita eu fui obrigado pelo tempo de permanecer dentro daquele estabelecimento, esperando o tempo abrir para que pudesse sair. Logo me vi perto dela e não pude deixar de iniciar uma conversa.

- Impressão minha ou você está mais magra? - perguntei curioso, afinal ela realmente estava muito mais magra.

- Estou mais magra sim, fiquei doente. - respondeu sorridente.

- Problema de gastrite. - respondeu outra atendente.

- Tá muito magra mesmo. Daqui a pouco vai sumir. - falei sem pensar. - Parece que vai se atorar no meio.

- Égua! Obrigado pelas forças. - disse em um sorriso seco, seguido dos risos de sua amiga.

- Ah! Mas tem mulheres que querem ter essa cinturinha. Fazem até cirurgia, tiram a costela, pra ficar com uma cintura mais fina. - tentei me defender

A amiga concordou.

- Tive um problema de gastrite e infecção intestinal. - retrucou.

- Mas já está melhorando?

- Sim. - respondeu.

- Que bom.

E a conversa morreu. É, não foi dessa vez que a moça da farmácia caiu na minha. Quem sabe quando ela pegar uma dengue ou pneumonia eu tenha novas chances de aproximação.

Seja o que Deus quiser...

Contratos quebrados.

Absorto, ele fixava sua visão no teto enquanto sentia os delicados dedos dela tateando seu tórax, deleitando-se com os resquícios de prazer ...