Dizem que a mentira tem perna curta,
e quando é longa a vida dá um jeito
de quebrar.
Desde que o Homem resolveu seguir alguns preceitos religiosos e viver como monogâmico, em vez de poligâmico, sabemos que a traição conjugal existe. E quando digo “Homem” falo da espécie, e não do gênero masculino. A traição é uma pequena coceira na mente dos seres humanos que, se você der importância, vai aumentando cada vez mais e, ora ou outra, acabam metendo a mão (e o resto do corpo) e acabam coçando. E, a partir dai, a coceira vem cada vez mais forte e a sensação de prazer ao coçar cresce, levando você a querer mais e mais.
Traição é traição, é erro moral para a nossa sociedade (desde que o casal seja de comum acordo no liberalismo sexual). Mas uma coisa é trair esporadicamente com uma pessoa que apareceu de repente, outra é assumir outro compromisso duradouro com uma segunda pessoa... terceira, quarta. Há quem possa discordar que nenhum desses tipos deve ser perdoado, e eu concordo. Mas, convenhamos, que entre um deslize e um segundo namoro/casamento há um abismo de gravidade separando-os. E o perigo de ser descoberto só aumenta.
Certa vez em uma dessas noites de festas pela cidade a paz da urgência de uma pequena cidade foi abalada com a chegada de um rapaz que havia se acidentando. Ao seu lado uma bela moça que estava com ele na festa. Chegou aos ouvidos dos funcionários que aquela moça era sua namorada. Atendido e colocado numa maca em observação lá ele ficou por um tempo.
Outra moça apareceu, desesperada, porque seu namorado havia se acidentado e ela havia recebido ligações de amigos que presenciaram o acidente. Os funcionários, confusos, informaram que só havia chegado um naquela madrugada e disseram-lhe o leito. Logo a historia se espalhou: ele estava com a amante na festa, e nenhuma das duas sabiam da existência da outra.
O homem de duas namoradas (pelo menos era o número que os funcionários sabiam, vai saber se não havia/há mais) recebeu alta e saiu com seus hematomas e dores noite afora, enquanto as duas mulheres se encaminharam para uma praça, sentaram no banco e conversaram até o sol nascer. Sem brigas, puxões de cabelos e gritos. Simplesmente deixaram o rapaz sumir no horizonte do asfalto, noite fria adentro, enquanto conversaram sobre as historias ocultas sobre suas relações com aquele acidentado.
O dia acabou, e começou, com dois namoros baseados em mentiras descobertos e a certeza de que nossas ações e planos são insanas piadas de uma força superior que ainda não entendemos.
Vai arriscar uma poligamia depois dessa história?
Nenhum comentário:
Postar um comentário