segunda-feira, 23 de março de 2015

Babilônia

Um bom escritor não é aquele que simplesmente cria uma história para proporcionar momentos de lazer aos leitores. Um bom escritor é aquele que põe realidade na vida de seus personagens. Um bom escritor é aquele que proporciona reflexão e mudança. Um bom escritor está atrelado a arte. Um bom escritor, acima de tudo, põe o dedo na ferida da sociedade.

E é isso que os autores da novela Babilônia Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga estão fazendo.

É realmente interessante ver os pseudos Cristãos se incomodarem tanto com está obra pelo fato de tratarem a homossexualidade com naturalidade.

"Queremos novelas para família" dizem. Ora, e o que é família afinal? Um grupo de pessoas que tem relações consanguíneas ou um grupo  de pessoas que se amam?

Onde está o "Amai-vos uns aos outros"?

Não foi Jesus que ensinou seus discípulos a enxergarem seus pecados, em vez de apontar e julgar?

Expliquem-me que desespero todo é esse?

Se o filho do homem descesse hoje, acharia que ele concordaria com as suas atitudes homofóbicas?

Você proibi seu filho de assistir a uma obra, mas lê para ele os livros da Bíblia onde, se mal me engano, tem genocídio e infanticídio. Ou que tal a decapitação de São João Batista, onde sua cabeça é entregue em uma bandeja?

Fácil explicar para o seu filho sobre as mortes expressas aos montes na Bíblia e acha difícil explicar sobre o amor que algumas pessoas sentem por outras do mesmo sexo?

Não estou aqui falando para proibir a leitura da bíblia, longe disso. Estou somente falando sobre algo que está faltando na família brasileira: o diálogo.

Então, vá conversar com a sua prole em vez de se preocupar com o cu alheio. E não se esqueça de que respeito e tolerância é uma atitude cristã.

E mais uma coisa, Sócrates foi um grande filósofo da sua época e por meter o dedo na ferida acabou morto. Galileu Galilei também foi  contra a crença de sua época e sofreu as consequências. E, pasmem, até Jesus Cristo cutucou a ferida e foi condenado a cruz.

Seus nomes perduram até hoje, mas seus críticos são rechaçados pela atual geração e o serão até o fim dos tempos.

Pensem nisso

domingo, 22 de março de 2015

Crônicas do Renan - A Mulher Perfeita

Noite de sexta-feira, o dia está acabando assim como o quinto balde de cerveja que compramos para aguentar a voz terrivelmente aguda daquela mulher que se diz cantora de pagode. Nada é perfeito. E essa noite esta se mostrando ser a mais imperfeita de todas que tivemos.  
Não sei como consegui aturar mais um show de bizarrice do meu amigo Antônio. Nossa, como o Antônio é fraco pra bebida. Como um homem tão grande pode ficar mamado tão rápido? O pior é vê-lo tirar a camisa, subir na mesa e começar a rebolar como um perfeito travestir.  
Tá, sei que é engraçado. Mas a festa está acabando e não tem como não começar a perder a paciência. Passar uma noite inteira circulado de homem e não conseguir dar um beijo em nenhuma gatinha é algo inadmissível.  
Enquanto Antônio fica rebolando, com os outros tentando tirá-lo de lá, fico passeando com os olhos pelo salão para ver se consigo ver alguma menina fácil para conquistar. Fim de festa, não posso mais ser seletivo. O que aparecer tá valendo.  
Meu passeio finalmente teve resultado. Finalmente enxergo a sereia da festa, a rainha da noite, a personificação da beleza, elegância e sensualidade. Seus cabelos ruivos, tão grandes que chegam a bater em seu lindo bumbum empinado. Olhos cor de mel e uma boca linda como uma água doce que dar vontade de ser banhar dentro.  
Curvas perfeitas. É com certeza a mulher perfeita. Não é o efeito do álcool ou o desespero de fim de noite. Não, não é. Ela é realmente a mais gata da festa. E como dança, nossa, como dança. Seu corpo parece incorporar as notas mal feitas dos instrumentais e torna-los poesias musicais. Movimentos lentos e sensuais.  
Chego nela como quem não quer nada, ela percebe meus reais interesses e começa a demonstrar com o olhar. Danço próximo dela e o corpo dela me convida para aproximar. Elogios são expostos naquele doce ouvido e consigo sentir o cheiro de perfume do Boticário, misturado com as cervejas que ela entornou durante a noite.  
Camila Santos é o nome dela. Ela me disse entre um sorriso perfeito. Pede para eu vê-la no face. Puxo meu smart phone do bolso e boto meu face para pesquisar. Logo a localizo, a internet parece estar contribuindo para a nossa aproximação. Vejo a sua ultima postagem, enquanto ela dança, e meu sorriso se esvai, como o futuro daquela banda de pagode.
É, como eu disse no inicio, nada é perfeito. Acho melhor voltar para os meus amigos. Uma mulher feia até que eu consigo aturar, mas ficar com alguém que escreve “umiliassão” é suicídio.
Boa noite!

domingo, 15 de março de 2015

Deus comigo no Facebook

CERTO DIA...

... estava vendo o meu Facebook com Deus. Fiquei mostrando as postagens das pessoas  para ele até que surgiu a foto e uma garota com a seguinte legenda:

"Quando penso que cheguei no meu limite, descubro que posso ir mais além. #deusnocomando"

Ele olhou pra mim, curioso após ver a roupa que ela usava, e perguntou:

- Renan, seja sincero. Eu tenho cara de cafetão?

- Vai ver "deus" é apelido do nego dela.

E ficamos com essa curiosidade até hoje.

sábado, 7 de março de 2015

Égua do açaí caro, sumano.

Ah, como dói!
Uma dor que lateja
Que irrita o coração
E o bolso do cidadão

É por isso que tem gente
Que espalha por ai
Que o amor custa caro
E como custa.

Já tem gente nas praças
Nas ruas e nas calçadas
Com cara de "pidichão"
Pedindo aos transeuntes:

Me dá meio litro de açaí,
Meu patrão?

E tem outros
Que vão nos ônibus
E nas paradas
e fala pra rapaziada:

Podia tá robando
Matando ou cheirando
Mas to aqui vendendo bombom
Pra comprar meu açaí

Uns dizem que o açaí
Entrou em disputa com a luz elétrica
Pra ver quem esse ano
Deixaria todo mundo careca

Tá cruel!

Pelo menos aqui no Pará
Água doce não nos falta.

Que foi?!

Égua!!
Tá tudo poluído
essa danada.

Melhor morrer.

Renan Medeiros

Amigo Atirador

A sensação de perigo é constante quando se está ao lado deste tipo de amigo. Nunca se sabe para onde o tiro irá ir. Coletes a prova de balas, capacete e qualquer utensilio que porventura lhe ajude a não ser atingido pelo tiroteio são sempre bem vindos quando se vai sair com um amigo atirador.

O pior é que não sabemos se um dia a presa irá revidar aos ataques sórdidos do caçador das florestas de concreto. Então temos que dobrar a atenção quando estamos ao lado destes sujeitos armados até os dentes, com cantadas planejadas e convites obscenos. Tudo preparado e esquematizado para qualquer tipo de exemplar de mulher que encontrar pela frente.

Não importa se durante o trajeto que seguimos ele encontrar uma desconhecida ou uma amiga. Loira, ruiva ou morena. Alta, gorda, magra ou baixa. Nada disso importa se o exemplar que este está caçando for de origem natural. Nossos amigos caçadores odeiam as presas artificiais. “O gosto da carne não é o mesmo” sempre dizem.  

Por isso sempre evitam entrar em área onde os bandos de mulheres feitas em laboratório se reúnem. Eles não podem arriscar que uma de suas balas perdidas acabe confundindo as pererecas e acerte o coração frágil de um exemplar “errado”. Seria horrível para a sua fama de caçador. Seria a piada nas reuniões do Clube de Caça nos fins de semanas na mesa do bar.  

Quem acredita que os amigos caçadores ainda estão presos nas antigas artes de caçar está completamente errado. Não, não. Eles evoluíram de acordo com a tecnologia. Seus tiros não só voam com as palavras e o olhar, mas agora também surfam nas ondas da internet.  

Vivem com o celular na mão.  

O que mais possuem são contatos dos exemplares que caçam por ai. Com sua experiência acaba conseguindo fazer a sua presa revelar o seu telefone. Daí ele vai armando a arapuca todos os dias, com mensagens carinhosas. Nunca se esquece de dar “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” e sempre está elogiando a beleza que supostamente ela tem.  

Sim, os atiradores caçam até as feias. Para eles o que importa é conseguir a carne para sua refeição diária.  

Como os bons caçadores que são sempre acabam pegando um ou outro exemplar em suas armadilhas emocionais. Sempre funciona, afinal as mulheres não são tão complexas quanto se imagina. E logo vemos no Facebook, ou em outra rede social da vida virtual, algumas delas se lamentando por ter sido usada por algum cara.  

Foi capturada, usada para os interesses de seu predador, e depois solta novamente na natureza. Algumas mulheres se enrosca tanto com o caçador que são libertadas com um microchip de localização para poder ser encontrada pelo atirador sempre que ele desejar.  

Todos temos um amigo assim, que atira pra todo lado. E hoje em dia, com as presas evoluindo a sua visão para o celular em vez do ambiente a sua volta, acaba se cegando para a presença do predador que se aproxima. Já nem ouvem mais os conselhos dos exemplares mais experientes.  

Bom... foi bom falar com vocês. Volto amanhã depois que eu voltar da caça.  

Abraços.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Conversas que não aparecem na banda daqui.

O que acontece quando alguém fala uma ambiguidade? Na certa zoação.

Mais um print do quadro "Conversas que não aparecem na banda daqui"

Boa leitura.

quarta-feira, 4 de março de 2015

terça-feira, 3 de março de 2015

Crônicas do Renan

Uma moça chegou com dores no lugar onde trabalho e fui lhe atender. Quando estava fazendo a medicação prescrita pelo médico ela começou a rir pra mim.

- O que foi? - perguntei curioso.

- Nada. É essa dor que doi.

Uma conclusão deveras interessante a respeito da dor.

Anoitecendo

Saudações leitores

Diante do maravilhoso anoitecer ao qual presenciei, surgiu-m.e esta pequena poesia para vocês. Espero que gostem.

Abraços.

Contratos quebrados.

Absorto, ele fixava sua visão no teto enquanto sentia os delicados dedos dela tateando seu tórax, deleitando-se com os resquícios de prazer ...