Dizem que a dor do amor destruído tem remédio, e podemos encontrar na vida noturna. Mas que remédios poderíamos comprar nas longas noites insólitas e solitárias? E onde encontraríamos? Talvez em uma lanchonete, num bar, num motel ou quem sabe na sarjeta. Talvez a cura, nem que seja momentânea, pode estar nos braços de um desconhecido, num copo de cerveja, num baseado. Sexo, álcool e rock doido talvez seja a receita certa, desprovida de bom senso, que pode nos levar a loucura do esquecimento. Quero esquecer esse deprimente amor que me iludiu com novas ilusões, afinal, que de real encontramos nessa vida de máscaras infames e poetas tristes? Quero soterrar esses sentimentos contusos com quilos de comidas gordurosas e litros de álcool barato. Quero virar um anônimo prosaico, esquecido por mim, para que toda a história se desfaça como a fumaça de um cigarro e deixe de ser cancerígeno na minha alma. E dane-se quem discorda e procura na clareza do sol ardente as respostas para suas angustias. Sei que o oculto se encontra na escuridão, e é na noite que a escuridão se desnuda. Se o remédio está lá, eu não sei, mas irei mergulhar e lapidar essa loucura. Pode ser que não me cure, mas, pelo menos, terei uma história para contar quando as sarjetas se inundarem com a hipocrisia de vocês e o fim do mundo chegar pra destruir toda essa merda.
terça-feira, 13 de julho de 2021
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