terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Amor Nada Insólito de um Poeta


“Ela sempre usa meu ombro como travesseiro enquanto mergulha em seu sono, após mais uma noite em que nossos corpos se encontraram mergulhados em um tesão frenético. Quase como sempre invado meus pensamentos, relembrando cada momento daquele jogo de sedução e de encontro carnal. Eu a amo, mas não sou correspondido. Sei que ela olha para mim e vê somente um homem que pode lhe satisfazer sempre que necessitar. Não estou reclamando, longe disso. Sei que ela não se importa com sentimentos, e nem sentiria alguma emoção se lhe mostrasse as poesias que lhe escrevo escondido nas profundezas do meu quarto. Se ela soubesse que por tantas noites de insônia, tendo como companhia uma caneca de café e livros de poesia, digitei em meu pc diversas declarações, talvez ela desistisse dessa relação casual e eu a perdesse por completo. Sou um poeta amedrontado pela possível perda de sua musa. Sou um escritor que se contentou em se alimentar de migalhas de atenção e carinho, abdicados de um sentimento profundo, e usando a solidão e tristeza como combustível para tantas produções. Meu quarto nada mais é do que um celeiro de papel A4 com rabiscos de um homem apaixonado, espalhados por cada canto me lembrando de que nessa canção ela é que dá o tom do coração. E eu canto.”

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