O contraste entre ele e aquele ambiente em que entrara era
gritante. Suas roupas de marca impecavelmente passadas a gomo não combinavam
com os trajes sujos e gastos dos que ali frequentavam. Seu carro de ultimo
modelo brilhava mais do que o normal, perto das paredes monocromáticas e gastas
do ambiente. Logo que entrou sua presença foi como um imã para os olhos dos
vagabundos, ladrões e prostitutas que ali estavam. A música de longe era a de
que estava acostumado a escutar com os seus amigos. Foi até o balcão e pediu
uma cerveja para o garçom, que logo o entregou junto com um copo de vidro que
acabara de limpar com um pano sujo. Sentou-se à mesa e despejou aquele liquido
amarelo claro dentro do copo, e começou a beber, encharcando seus pensamentos
com o álcool batizado. Uma das mulheres resolveu se antecipar as outras, e
sentou ao lado do homem. Apoiou seu cotovelo na mesa, e pôs o seu queixo deitado
na mão esquerda, enquanto a mão direita levava o dedo indicador nos braços
daquele sujeito, fazendo uma leve dança de sensualidade, enquanto seus olhos
fitavam o Rolex que brilhava em seu pulso.
- O que um homem como você está procurando num lugar como
esse? – perguntou a mulher que já conhecera e deitara com tantos homens.
Ele ingeriu mais um gole da cerveja e vomitou a verdade.
- Solidão.
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Todos os direitos reservados. Essa obra é puramente
ficcional, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
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