sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Um Bar Vagabundo

O contraste entre ele e aquele ambiente em que entrara era gritante. Suas roupas de marca impecavelmente passadas a gomo não combinavam com os trajes sujos e gastos dos que ali frequentavam. Seu carro de ultimo modelo brilhava mais do que o normal, perto das paredes monocromáticas e gastas do ambiente. Logo que entrou sua presença foi como um imã para os olhos dos vagabundos, ladrões e prostitutas que ali estavam. A música de longe era a de que estava acostumado a escutar com os seus amigos. Foi até o balcão e pediu uma cerveja para o garçom, que logo o entregou junto com um copo de vidro que acabara de limpar com um pano sujo. Sentou-se à mesa e despejou aquele liquido amarelo claro dentro do copo, e começou a beber, encharcando seus pensamentos com o álcool batizado. Uma das mulheres resolveu se antecipar as outras, e sentou ao lado do homem. Apoiou seu cotovelo na mesa, e pôs o seu queixo deitado na mão esquerda, enquanto a mão direita levava o dedo indicador nos braços daquele sujeito, fazendo uma leve dança de sensualidade, enquanto seus olhos fitavam o Rolex que brilhava em seu pulso.

 

- O que um homem como você está procurando num lugar como esse? – perguntou a mulher que já conhecera e deitara com tantos homens.

 

Ele ingeriu mais um gole da cerveja e vomitou a verdade.

 

- Solidão.
 
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Todos os direitos reservados. Essa obra é puramente ficcional, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

 

Acesse: http://escritorrenanmedeiros.blogspot.com

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