Você alguma vez na sua vida já foi um "doido, caralho"? Não?! Eu já. Perdi a conta de quantas vezes o meu nome, dado com tanto carinho por minha mãe e pelas madres do hospital, foi trocado por "doido, caralho". E sempre foi no maravilhoso transito de Breves.
Aqui no nosso município este apelido carinhoso é dado para aquelas pessoas que, por alguma insanidade, resolvem obedecer as leis do transito. Porque, todo mundo sabe, o normal aqui é ser "vida loKa"; com K maiúsculo e tudo.
Certa vez estava em uma rua, e tinha que fazer o retorno. Parei no neio fio, esperei a rua ficar sem veículos transitando, joguei o pisca e fui dando a volta. Surgiu um sujeito, talvez teletransportado do inferno, em alta velocidade. Tive que acelerar a moto para não causar um acidente. O fulano passou por mim, com a cara linda e dizendo "Tá doido, caralho?"
Em uma situação em que fui testemunha. Parei em uma esquina e vi um casal de moto vindo na rua a esquerda, anunciando com o pisca que iria dobrar pro meu lado. Surgiu um sujeito do mesmo buraco de minhoca freiando bruscamente e chamando-os de "doidos, caralho".
Ser "doido, caralho" é ser um motorista obediente as leis do transito nas ruas caóticas em uma cidade abandonada na ilha do Marajó.
Ser "doido, caralho" é saber que se deve dirigir com cuidado, pois as pessoas normais fazem das ruas asfaltada, e agora sem lombadas, seus parques de diversão.
Até quando serei "doido, caralho" eu não sei. Mas espero poder viver dezenas de anos, até ser morto por um derrame ou ataque cardíaco, em vez de ser mais uma vítima comum deste belo transito que nossa cidade produz.
E você ai que leu e não vai compartilhar, só te faço uma pergunta: tá doido, caralho?!
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