segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Carta do Coruja para a Ruiva Louca

Ruiva louca,
Quanto mais adentro na escuridão da sua personalidade, mais me apaixono por você. Sua historia me fascina como um lindo amanhecer. Seus medos e receios, suas loucuras e devaneios. Seus traumas e pesadelos. Cada gota de seu ser é um oceano tortuoso, frio e gélido, que conquista os verdadeiros marinheiros com espirito aventureiro.
Assumo minha loucura por gostar de você. Assino embaixo o atestado de imbecilidade por amar alguém que não me quer. Qual é? Quem nunca se apaixonou pela perfeição e levou um chute no meio do rabo? Sinto-me como um homem que aprecia uma arte que o ofende por todo lado.
Mas como saberia que não seria como nas noites em claro, imaginando nossos encontros amorosos, cheios de amor e sexo? O destino nos cruzou tantas vezes, empurrando-nos um contra o outro, que estava mais do que claro que estávamos fadados a nos apaixonar neste ínfimo tempo em que vivemos nesta terra, onde o único sentido é amar.
Mas não foi, não é? Ora, foda-se. Mesmo com este sentimento louco pulsando em meus pulsos, não quero lhes cortar para por fim em tudo. Não suportaria ver todo esse amor se esvaindo nos cortes de meus braços, ensanguentando o chão até que a escuridão viesse com a sua paz e morte.
Quero é sofrer mesmo. Viver cada dor que este amor não realizado possa produzir. Infiltrar-me dessa paixão e ódio por não chegar a conquistar a tão sonhada felicidade... E o pior, não lhe fazer feliz.
O bom de tudo isso é que vai me render muitas poesias, até que meu coração encontre outra para amar. Foi só mais uma historia para minhas coleções de decepções que pendurarei em meu mural de papel de idiota.
É isso.

O Coruja

(Renan Medeiros)

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