Já passam das três da madrugada e a cama me sufoca. A insônia que me consome vem das repetidas vezes que ligo o celular para ver a nossa última conversa. Brigamos novamente. Culpa sua ou culpa minha? Na verdade a resposta não importa, pois o resultado é sempre o mesmo. Já nem entendo os motivos que nos levam a tentar, tentar e tentar, sabendo que no fim magoaremos um ao outro. A vida nos avisa, mas insistimos na nossa triste teimosia de que conseguiremos viver essa ilusão que criamos. Me dói saber que não fomos feitos um para o outro, me dói saber que vai ficar longe de mim, mas quando estamos juntos outras dores surgem, outros medos, outros pesadelos. O fim de todas as estradas é a solidão, nossa única liberdade é escolher qual das angústias é mais suportável. Parece uma questão simples, e é. Mas, as vezes, o peso da simplicidade é mais densa e cruel do que imaginamos.
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