Certa
vez me perguntaram se as pessoas inteligentes são mais tristes que as comuns.
Me fizeram essa pergunta quando estava afundado em minha cama, no escuro,
mergulhado nas estranhezas de minha alma e chafurdando na lama da minha
existência.
Sim!
A resposta é nua e crua, direta e cruel, reveladora e didática. Sim! As pessoas
inteligentes são mais tristes, pois a inteligência desnuda o véu que impede de
percebermos aquilo que realmente somos. Notamos cada detalhe, até os mais minúsculos,
de nosso ser e percebemos a nossa natureza falha e ignorante, e sabemos que
isso não muda.
Por
mais que busquemos entender, e ousemos mudar de comportamento, sabemos que toda
aquela lama gosmenta está dentro de nós pronto para nos grudar na mais pura
insanidade. Toda a podridão da natureza humana vagueia dentro de nós, buscando
cada vez mais espaço e percebemos que o único sentido da vida, o real sentido
da vida, é a porcaria de uma luta constante que devemos travar com nós mesmos
para não deixar toda essa bosta sair por nossos poros.
Olhamos
para o lado e vemos que somente nós lutamos, poucos, raros, são os que
realmente conseguem perceber toda essa loucura e tentam, de alguma forma,
mudar. A grande massa das pessoas simplesmente fecham os olhos para si e buscam,
das mais variadas formas, tentar justificar e legitimar toda essa podridão para
que não tenham que encarar seu reflexo escroto no espelho pela manhã com o
risco de cair em depressão.
E tudo
isso perturba, entra em nossa alma de forma incisa e remói cada partícula da
nossa quietude e felicidade, regurgita e remói tudo novamente, deixando somente
uma pasta nojenta daquilo que antes fazia parte do que eramos.
Todo
sorriso é passageiro, quando não, falso. No fim só existe o caos e a escuridão
da solidão envolta das falsidades que os seres produzem para fingir que existe
um sentido nessa porra de vida.
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