Porem, mesmo que tenhamos essa necessidade, nem sempre estamos certos. E para sabermos disso, evoluirmos nossa opinião, é preciso, basicamente, de três qualidades: saber respeitar, saber ouvir e possuir autocrítica. Com essas habilidades o individuo vai conseguir ouvir a opinião alheia , compara-la com a sua e, se ver que está errado, aceitar e mudar sua opinião.
Mudar não é pecado e nem vergonha. Afinal, a natureza do homem e mudar-se e mudar o ambiente, e foi assim que chegamos enquanto espécie evoluída até os dias de hoje. Mas, o que vemos hoje em dia é uma terrível mudança nisso. Cada vez mais vemos sujeitos se agarrando em suas opiniões e se fechando nelas, negando qualquer outra premissa que porventura possa ir de encontro com a sua.
Foi preciso iniciar esse texto com essas colocações para poder explanar de uma forma mais segura, e livre da necessidade da neutralidade devido ao receio inicial das ofensas que sofremos ao divulgarmos nossa opinião, para podermos discutir um pouco sobre uma das consequências do aumento da criminalidade: o desejo de vingança.
A grande massa da população brevense é cristã, e como tal adota a ideologia do amor ao próximo e do respeito a vida acima de tudo. Mas, o que vimos no decorrer das ultimas semanas, foi uma sede insaciável da população “de bem” pelo sangue dos criminosos que tiraram a vida de cidadãos por itens supérfluos.
Em conflito com uma guarnição um desses latrocinas foi alvejado e morto, e ao saberem da noticia muitos brevenses comemoram. Houve até quem soltasse fogos de artificio em comemoração a ação da policia (ou seria pela morte do sujeito?). O fato é que tanto nas ruas, quanto nas redes sociais, a população em geral celebrou o fim de uma vida.
Porem, houve um pequeno grupo que se revoltou com a atitude dessa parte da sociedade pregando os conceitos cristãos e os direitos que tal criminoso possuía. E, a partir dai, acabou surgindo pequenas discussões aqui e ali desses dois grupos.
Afinal, esse animo da sociedade é certa ou errada? Se é certa, não sabemos, mas é compreensível. Antes de ser um ser sociável, um ser que vive em grupo, um ser religioso, somos animais. Querendo, ou não, possuímos instintos primitivos, cravados no sistema límbico, que são ativados quando estamos acuados. E como a população brevense estava se sentindo nestes últimos dias?
Bertolt Brecht, na sua genialidade, disse que “Primeiro vem o estomago, depois vem a moral”. Ou seja, quando possuímos necessidades básicas primarias sendo negadas, acabamos tomando comportamento e atitudes que vão no sentido oposto ao que as leis e moral pregam. E a sociedade brevense viu seus direitos a liberdade e a vida sendo negados, chegando ao ponto de desejar a morte desses criminosos, mesmo sabendo que sua religião e a constituição pregam o contrário.
Imagine uma população com problemas de saúde, educação, saneamento básico e sem água de repente se vendo no meio de uma avalanche criminosa? Que atitudes você acha que esse povo iria tomar para com estes homens que estavam tirando a vida de outros?
O caos está lançado, e com ele as consequências na mente de uma geração que está se formando. A única forma que vemos para que possamos retornar aos preceitos religiosos de amor e paz é que as instituições realmente funcionem. Enquanto a população se sentir abandonada e a mercê da sorte, veremos cada vez mais pessoas adotando esse desejo homicida para promover a sobrevivência daqueles que conseguem se manter dentro dos padrões da lei.
Para onde iremos?
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